domingo, 22 de setembro de 2013

Programa Mais Jazz - Radio UERJ

Programa  dedicado aos amantes do Jazz.
Terça feira às 19hs com reprise as quartas às 15hs.






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segunda-feira, 28 de abril de 2008

Sonny Stitt, o Homem que não quis ser Deus

Em dezembro de 1957, 3 monstros sagrados do jazz, se juntaram para uma jam session. O trompetista Dizzy Gillespie o os 2 saxofonistas-alto, Sonny Stitt e Sonny Rollins se reuniram para fazer um disco simplesmente genial e apesar da duração ser de apenas de 36 minutos e com apenas 4 músicas, esse é com certeza, um marco no jazz.

Dizzy já era o monstro sagrado que todos conhecem, Sonny Rollins já havia gravado suas 3 grandes obras-primas (Saxophone Colossus, Tenor Madnesss e plus 4) e Stitt já tinha tocado ao lado dos grandes nomes do jazz, além de ter produzido uma quantidade imensa de discos.

Nessa gravação, os 3 estão inspiradíssimos na bela balada "On The sunny side of the street" mas é em "The Eternal Triangle", composição de Sonny Stitt, que os 3 desenvolvem um solo formidável, numa velocidade assustadora, onde a base do grupo formada pelo pianista Ray Bryant ao piano, seu irmão Tommy Bryant no baixo e o baterista Charlie Persip dão sustentação aos vôos dos 3.


O duelo entre o trompete de Dizzy , o sax-tenor de Rollins e o sax-alto de Stitt durante quase 15 minutos é simplesmente avassalador.

O que é o Dizzy, tirando aquelas notas de um agudo límpido e perfeito? O que são Rollins e Stitt duelando abertamente, improvisando em cima de um tema extremamente complicado?


Depois vem a 3ª faixa, "After Hours", um belíssimo blues, de mais de 12 minutos, com andamento lento, onde Ray Bryant brilha ao piano. Para encerrar, o tema "I Know that you know", onde os 3 aparecem solando outra vez, num andamento ligeiro.

Sonny Stitt, entre tantos saxofonistas, é um dos maiores injustiçados em relação ao reconhecimento de suas performances. Músico extremamente inteligente, com uma velocidade de raciocínio espantosa, talvez por opção, não tenha querido pagar o preço da fama e ter a sua vida exposta, já que entre todos os sax-altos que existiram no jazz, ele talvez tenha sido o músico que chegou mais perto do Deus, Charlie Parker.

Em meados dos anos 60, o músico se apresentou na Sala Cecília Meirelles, no Rio de Janeiro.Minutos antes de começar, Maurício Figueiredo –amigo pessoal e profundo conhecedor de jazz – pensou que o músico não conseguiria nem sair do camarim , devido a quantidade excessiva de álcool consumida antes da apresentação. Ledo engano... Foi um dos melhores shows já vistos - e olha que o meu amigo em mais de 40 anos de atividade profissional, viu show que não acaba mais!

Então, já que Sonny Stitt já não está mais entre nós, vamos lhe prestar uma bela homenagem ouvindo suas gravações que graças a Deus, estão eternizadas.


terça-feira, 8 de abril de 2008

Freddie Hubbard $ Oscar Peterson juntos, é brincadeira!


Ouvir o cd" face to face", com essas duas feras juntas, é simplesmente um prazer indescritível! São apenas 5 músicas, num total de 44' e com a participação de Joe Pass na guitarra, Niels-Henning Orsted Pedersen no baixo e Martin Drew na bateria.

Para começar, All Blues, clássico de Miles Davis, numa das melhores interpretações já ouvidas, depois uma canção de Hubbard (Thermo) e a seguir um verdadeiro show de Oscar Peterson ao piano em Weaver of Dreams.

Só isso já bastaria para a aquisição do cd mas aí vem a belíssima balada Portrait of Jeannie e a gente fica pensando e chega a conclusão de que nunca mais haverá músicos do quilate desses monstros sagrados do jazz.

Para finalizar, temos uma verdadeira jam session com os 5 músicos num duelo da mais alta técnica e numa velocidade avassaladora. Parece uma locomotiva que vem com tudo e não deixa nada em seu lugar.
O que é Freddie Hubbard solando daquela maneira? Oscar Peterson a gente nem fala, já estamos acostumados a isso. Foi o maior pianista de todos os tempos, que me desculpem Bill Evans, Bud Powell e Art Tatum.

Bem, escrevi esse texto ouvindo o cd e agora terei que me refazer, porque infelizmente, com a exceção de Freddie Hubbard, essas jam sessions agora só no andar de cima.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Clifford Brown: Se a morte não o tivesse levado tão cedo...



É difícil imaginar até onde teria ido Clifford Brown se um acidente de carro não o tivesse levado aos 25 anos de idade. Tão jovem, já era reconhecido como a grande revelação do trompete e com o aval do mestre Dizzy Gillespie, passou pelo grupo de Art Blakey & The Jazz Messengers como um furacão.

Depois, montou junto ao baterista Max Roach, o grupo Clifford Brown + Max Roach Quintet. Foi escolhido pela bíblia do jazz, a revista Downbeat, como o novo fenômeno. Ao mesmo tempo que tinha o toque suave e aveludado de um Clark Terry ou de um Miles Davis, sabia ser forte e vigoroso como Dizzy ou Donald Bird.

A sessão de 1953, gravada pelo selo Blue Note com o nome de "Complete Blue Note Studio Master" o traz acompanhado de feras como Lou Donaldson (sax alto), J. J. Johnson (trombone), Percy Heath(baixo) e os bateristas Kenny Clarke, Philly Joe Jones e Art Blakey. Por quase duas horas, temos um jazz tocado no mais alto nível, onde destacam-se peças como "Bellarosa", "Brownie Speaks", "Capri" e "Get Happy".

Se o seu dinheiro está curto, e você não sabe o que comprar para seu deleite, esse investimento é um tiro certo.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Dexter Gordon, o mestre que não dá vez aos outros


Depois de ouvir o cd "The Squirrel", de Dexter Gordon, cheguei a seguinte conclusão: Nunca existiu alguém no Jazz tão "fominha" quanto ele que simplesmente não deixava ninguém aparecer mais do que a sua figura imponente.

Dexter sempre manteve uma postura de um verdadeiro Lord do Jazz. Seu sax-tenor tomava conta de todo o ambiente.

Essa gravação de 1967, com a participação de Kenny Drew ao piano, Bo Stief no baixo e de Art Taylor na bateria (morto no ano passado), traz 4 composições que duram mais de uma hora.
Dexter estava em sua melhor forma ,fluindo no Bebop de maneira poucas vezes vistas.
Com uma balada (you've changed) com mais de 12 minutos e as outras três no mais alto nível que o Bop já produziu, provando que a linhagem de Coleman Hawkins, Ben Webster e Lester Young, teve um seguidor do mesmo nível dos mestres.